Já todos sabemos que vivemos num mundo globalizado.
Mundo esse que está progressivamente interligado, principalmente por meio da tecnologia, em constante mudança, em que a informação passou a ser instantânea e hoje circula a uma velocidade impressionante.
Por sua vez, a Palavra é tantas vezes usada - com noticias curtas meramente informativas, havendo cada vez menos jornalismo profundo e de investigação... - que está a perder o seu valor e a não ser garantia de praticamente nada.
O facto de algo ser avançado pelo jornal X, pela agência de noticias Y ou pela estação televisiva Z, pode ser válido naquele momento, e poucas horas (ou até minutos) depois já é o contrário. O marco de confiança que estes orgãos encerravam, está-se completamente a desvanecer.
Mas a culpa não é necessariamente dos meios de comunicação...(embora tenham um quota parte, porque parece existir uma exigência para realizar conteúdos ininterruptamente mesmo que se traduzam só em "palha") é também uma questão da maneira de estar das pessoas, um modus vivendi...
A volatilidade dos vinculos, contratos, compromissos é por demais evidente. E é visivel em todas as áreas da sociedade, desde as relações humanas, da Política ao Futebol.
Instala-se a cultura do desapego, insegurança, imediato, instabilidade, precariedade.
Um exemplo recente que me parece paradigmático...
1ª noticia:
"Domingos Paciência não será o sucessor de Jesualdo Ferreira no SC Braga. O atual treinador do Kayserispor não coloca a hipótese de abandonar a Turquia e por isso nega que esteja de regresso a um clube no qual fez história. «Sei que durante todo o dia o meu nome foi associado ao SC Braga, mas garanto que não vou sair daqui. Foi o projeto que me apresentaram e que quero levar até ao fim», afirmou o treinador português, em declarações ao jornal O Jogo. «Sou muito bem tratado aqui, quero dar uma resposta positiva. Não vou para o SC Braga», acrescentou."
2ª noticia (3 semanas depois):
"Domingos Paciência foi convidado a abandonar o comando técnico do Kayserispor, último classificado da Liga Turca.
A aventura de Domingos Paciência na Turquia terminou de forma abrupta. O técnico de 45 anos foi despedido apenas dois meses depois de ter assinado contrato com o clube turco.
O antigo avançado do FC Porto tinha sido contratado para substituir o croata Prosinecki mas não conseguiu inverter a onda de maus resultados do clube de Kayseri.
Com o português ao leme, o Kayserispor apenas conquistou uma vitória em sete jogos (cinco derrotas e um empate) a contar para o campeonato e deixa a equipa turca na última posição, a 12 pontos da permanência."
Num espaço de 2 meses, um treinador é contratado, faz 7 jogos, fala à comunicação social passando a ideia de que está de pedra e cal no projecto, e...é despedido.
Será que 7 jogos negativos chegam para avaliar a qualidade de um treinador? (ou até pôr em causa um passado de êxitos?!) E o inverso...7 jogos vitoriosos chegam para antever o advento de um grande treinador?
Hoje temos a sensação de que tudo é fogaz, transitório. Muito do que assistimos, primeiramente, nos parece inequivoco, esclarecido, assente. Mas na verdade, não é.
É por isso que afirmo que os tempos que correm são de certezas incertas.
Cumprimentos,
Hugo Baião.
De manhã, no carro a caminho do escritório, a ouvir uma das melhores rádios da actualidade, a Renascença, fiquei entusiasmado (por uns escassos segundos) com o seguinte destaque:
De facto parecia ser uma boa noticia. O Estado conseguir arrecadar alguns milhões de euros (não serão mais porque quem comprar a companhia de aviação de bandeira despenderá muitos mais milhões para assumir a divida) e ainda assim manter uma posição determinante - quiçá com uma percentagem interessante - numa das empresas mais estratégicas para o desenvolvimento do país...mas...era bom de mais para ser verdade.
Imediatamente após, ao ouvir o próprio Ministro da Economia em entrevista, o meu entusiasmo esvaneceu-se e deu lugar a um sentimento perturbante mas que já devia ser expectável (eterna ingenuidade minha)...
Pires de Lima admitiu que todos os cenários estão em cima da mesa. "Se o modelo de privatização tiver alguns elementos de flexibilidade, que podem até passar pela presença do Estado português no capital, talvez seja possível ter um maior número de interessados e um modelo com maior tipo de alternativa."
Traduzido por miúdos, SE O GOVERNO GARANTIR QUE O ESTADO SE MANTÉM NA TAP, MAIS COMPRADORES APARECERÃO, PORQUE SABERÃO QUE SE DER BURACO, QUEM PAGA SOMOS NÓS! FÁCIL!
Hoje de manhã, em dia de aniversário do CR7, li uma noticia no site da Rádio Renascença que dizia sinteticamente que Cristiano Ronaldo chegou a ser oferecido ao Benfica, mas que o clube nunca atendeu a quem o oferecia. Sim, leram bem, não atenderam....o telefone.
O objectivo, ao que parece, passava por gerar competição pelo jogador, entre os grandes de Lisboa, aumentando assim o retorno com a venda do jovem e promissor jogador. "Queríamos pôr o Benfica e o Sporting em concorrência, para tentar mais alguns benefícios para a família dele. Era uma família modesta, que vivia com dificuldades. Tentámos contactar o Benfica, mas nunca ninguém nos atendeu", reforçou José Bacelar, presidente do primeiro clube onde Ronaldo jogou, ao programa desportivo Bola Branca.
Conclusão, por causa de uma chamada - que se calhar estava destinada a não ser atendida e por isso mesmo é que não foi - um dos melhores jogadores de futebol de sempre não passou pelo Benfica. Se calhar, se tivesse passado não seria quem é hoje, nunca saberemos. Mas uma coisa sabemos:
“Por causa de um prego, perde-se uma ferradura; por causa de uma ferradura, perde-se um cavalo; por causa de um cavalo, não se envia uma mensagem; e por causa de uma mensagem não entregue, perde-se uma guerra.” Provérbio Chinês
Em 2012, numa aula de uma disciplina denominada "Política Portuguesa", leccionada pelo Director do Jornal SOL, José António Saraiva, retive uma ideia que me pareceu empiricamente correcta e que hoje me ocorreu aquando da leitura de um relatório da Autoridade da Concorrência sobre a Liberalização do Sector Postal.
A mensagem era abreviadamente esta: Quando a rádio surgiu, no inicio do século XX, não fez desaparecer a imprensa escrita que tinha iniciado o seu percurso no século XV com Gutemberg. Quando a televisão chegou ao público nos anos 30, 40, esta não matou a rádio. Agora, no século XXI, com o advento da Internet, teme-se pela sobrevivência dos outros meios de comunicação e informação, mas, creio que já é visivel, que a coexistência de Jornais, Rádio, Televisão e Internet é possível e desejável, desde que, como em tudo na vida, haja a devida adaptação e evolução para que os players se mantenham competitivos e actualizados.
Considero saudável e muito positivo que se esteja a verificar esta harmonização entre os meios de comunicação e, para mim, numa sociedade moderna, a complementaridade entre bens, produtos, serviços e pessoas é essencial para que (quase) todos possam ganhar sem que alguém tenha que perder.
E, por isso, fazendo a ligação com a passagem que me fez recordar este pensamento concluo que, se "por um lado, o comércio electrónico penaliza os serviços postais, uma vez que, naturalmente, se verificam reduções de procura (p.ex: envio electrónico de facturas) (...) Por outro lado, o comércio electrónico gera uma procura acrescida de serviços postais, na medida em que funciona como um complemento natural às transacções iniciadas electronicamente (p.ex: entrega de encomendas em resultado de compras realizadas na Internet).
Cá está, a evolução que não atropela...
Mal tive conhecimento da notícia que dava conta da detenção de Isaltino Morais vieram-me instantaneamente três pensamentos à cabeça.
1º, o já habitual "rouba mas faz" iria graciosamente voltar às bocas do povo, entupindo fóruns de debate e discussão públicos. Por razões óbvias, de educação e formação, nunca me poderei associar a esse tipo de argumento superficial e ligeiro que trata a conduta ético-moral do titular de cargo político como uma questão de somenos importância.
2º, o papel de vitimização tornava-se um caminho fácil e apetecivel que, dado a proximidade de eleições autárquicas, podia ser repescado pelos apoiantes do Dr. Isaltino Morais, para engendrar uma teoria da conspiração (a ver vamos).
3º, à política o que é da política, à justiça o que é da justiça. Qualquer cidadão ou organização de bem, num Estado de Direito, deve reconhecer o principio da separação de poderes e respeitar e confiar nas decisões soberanas dos Tribunais, acatando as consequências inerentes.
Quanto às reacções já conhecidas, o PSD Oeiras, emitindo um comunicado sustentado, manteve a meu ver uma postura institucional coerente, demarcando-se do ocorrido sem faltar às responsabilidades superiores que o liga aos municipes. Irá, perante esta situação excepcional, manter os Vereadores em exercicio, prescindindo no entanto dos pelouros até agora assumidos.
A mim pessoalmente é-me muito dificil entender uma legislação que permite que um Presidente de Câmara continue a exercer tarefas de gestão em situação de reclusão mas, face ao quadro existente, esta foi a postura apropriada, dando o PSD um claro sinal - e agindo em conformidade - de que não se encontram reunidas as condições necessárias ao regular funcionamento do Órgão executivo mas que em 1º lugar estão os Oeirenses.
A demagogia é tanta que até me causa aversão!
Títulos de noticias como "salário médio no Estado é de 1600 euros e no sector privado é de 800 euros" deviam envergonhar quem as escreve (e/ou quem as encomenda) e que por sua vez informam falaciosamente os portugueses menos atentos (para não dizer menos inteligentes ou até negligentes), e que depois alguns alegremente as repetem, orgulhosos de terem (pensam eles) em sua posse mais um argumento contra a parasita função pública. Para se ser rigoroso e verdadeiro, a média não é de todo o indicador apropriado para analisar e esmiuçar este assunto.
E já agora, caros órgãos de comunicação social, sejam sérios a fazer jornalismo e mencionem também que os trabalhadores das profissões menos qualificadas, no sector público, têm salários mais baixos, tal como os cargos mais elevados. Um estudo recente da Mercer revela que um director de topo do primeiro nível ganha em média 5030 euros mensais no Estado e 7330 euros no privado. Se for de segundo nível recebe 4550 euros no público e 5335 no privado. A direcção intermédia de primeiro nível também é mais mal paga no Estado, 3610 euros em média, contra 4200 nas empresas privadas.
Com certeza que se a generalidade dos cargos públicos são mais qualificados (juízes, professores, médicos, enfermeiros, magistrados, técnicos superiores...) a média de ordenados tem que ser superior em relação a um sector que inclui, centenas de milhares de pessoas com a 4ª classe e o 9º ano!
Nada é por acaso. Quem se convence do contrário, geralmente acaba por esbarrar na realidade.
E não foi de todo por acaso que a campanha de Moita Flores foi pioneira a transpor o video sensação e viral da internet e das redes sociais "Harlem Shake" para o mundo da política.
A candidatura de Francisco Moita Flores foi a primeira estrutura deste âmbito a realizar um video estilo "Harlem Shake" em plena sede de campanha para as eleições autárquicas de 2013.
E isto acarreta uma carga simbólica assinalável, transmite algo de diferente, de novo, de melhor, não deve ser minimizado nem muito menos menosprezado.
A política não pode ser estática, tem que ser dinâmica, adaptar-se, moldar-se, acompanhar as tendências e estar atenta à essência das pessoas, não só num plano material e de substância, como são as tão essenciais preocupações com o nível e qualidade de vida dos cidadãos, mas também num plano espiritual, atendendo aos gostos e interesses lúdicos das mesmas.
E o projecto "Uma Nova Ambição" demonstrou claramente estar a fazer política, de forma original, inovadora e próxima das pessoas.
Quer agregar, envolver, motivar, não utilizar os "velhos métodos" que tanto contribuiram para o aumento da desconfiança e descredibilização, para o afastamento das pessoas em relação à política (até agora por vezes entediante aos olhos dos mais jovens).
O PSD Oeiras demarca-se assim dos outros partidos e movimentos, monstrando estar na vanguarda e ser uma lufada de ar fresco na comunicação e interacção com os munícipes.
E a realidade é que novas ambições não se concretizam sem novas abordagens.
http://www.youtube.com/watch?v=zgTWTbCTdo0
Hugo Baião.
Ouço bastantes vezes o chavão: "O Estado só deve intervir e interferir quando a sociedade por si só não conseguir resolver os problemas e não for capaz de responder aos desafios e desequilibrios gerados".
É esta habitualmente a posição apresentada e defendida pelos liberais, com a qual eu concordo (POR PRINCIPIO).
Só que, na verdade, a questão que se põe na vida real e concreta dos cidadãos, não é bem assim. É, na maioria das vezes, deturpada, pelo menos e certamente de forma mais acentuada, em Portugal.
E, digo eu, que não é assim, porque há aproveitamentos e abusos sobre aquele que é um bom principio, originariamente.
E tem apenas e só a ver com dois conceitos: coerência e reciprocidade.
Porque, quem habitualmente ouvimos discorrer e renegar o Estado para um papel diminuto é quem vem no pelotão da frente a exigir que o Estado assuma os prejuízos e ignore os "ganhos". Que salte em auxilio em momento de aperto porque ele só serve para tapar buracos e que se deixe estar no seu lugar remoto, porque é aí que ele pertence, quando os ventos e as marés individuais correm de feição.
O que à vista desarmada, é evidentemente injusto, incoerente e desprovido da regra da reciprocidade.
O Estado deve ser regulador por excelência, servir as pessoas e não o contrário, mas não devemos esquecer que o Estado somos todos, tal como a sociedade.
Se queremos um Estado regulador temos que ter um Estado responsabilizador.
Caso contrário, existem os BPN's...
Há alguns anos que reflito sobre se existirá ou não "espaço" para a existência de um Partido que permita ao PS formar um governo de maioria, um puro parceiro de coligação, tal como o CDS já foi no passado recente e é actualmente para o PSD.
Continuo a achar o mesmo que quando comecei a pensar no assunto. Na minha opinião, há espaço político e eleitoral - talvez não ideológico - para o surgimento desse Partido, que pode equilibrar a balança de Poder na Esquerda portuguesa e que é principalmente do interesse do Partido Socialista.
Os Partidos que temos no espectro político nacional, que contam para o sistema de partidos e que se podem enquadrar na designada Esquerda (PCP, Partido Ecologista os Verdes e Bloco de Esquerda) não têm servido nem servirão - pelo menos num futuro próximo - sequer para fazer alianças pontuais parlamentares com o maior partido da oposição, quanto mais para integrar um executivo com este.
O Partido Comunista tal como existe e foi concebido não é susceptivel à mudança e acaba por não renovar eleitorado, mantendo permanentemente um discurso que se auto exclui da governação, defendendo ideias e políticas em que muitas pessoas se revêem mas que acabam por não subscrever nas urnas sobretudo pela excessiva inflexibilidade e obsoletismo conceptual.
O BE, com uma queda substancial e progressiva dos resultados no(s) último(s) momento(s) eleitoral(ais), com a criação deste novo Partido, provavelmente acabaria por desaparecer. Continua a ser um partido de causas-bandeira, que se bate por questões polémicas momentaneas e radicais que tentam capitalizar cidadãos revoltados (essencialmente jovens) com o paradigma instalado e que não consegue descolar da imagem da "esquerda-caviar" que não é coerente no pensamento e na acção e que se revela desonesto intelectualmente.
Com a repartição de votos à direita, entre o PSD e o CDS, mais racionais, pragmáticos e menos milagreiros, o PS dificilmente irá conseguir (é certo, dependendo também da liderança) sozinho uma maioria absoluta.
Com a acentuada onda anti-partidos, a enorme perda de rendimentos e direitos sociais das pessoas, o sentimento de que na classe política "são todos iguais", e o passado ainda fresco na memória do legado socialista, um Partido com uma presença vincada de personalidades genuinamente de esquerda vindas de todos os sectores da sociedade civil iria trazer riqueza ao debate político, mais soluções, um governo que não caisse tão facilmente pelo insuficiente apoio popular e que acabaria por dar origem a um novo eleitorado que não se identifica com nenhum dos partidos sentados à esquerda no Parlamento português.
Se nas eleições Presidenciais houve um candidato apoiado pelo PS e um ex-dirigente histórico do PS a concorrer em simultâneo, porque não ousar entrar por terreno "legislativo" ainda não explorado?
Há uma coisa que tem de ser dita às pessoas, pela vasta panóplia de ilustres (e em posição mediática privilegiada) comentadores, comentaristas e demais analistas que se multiplicam pelos vários canais de televisão informativos, que é a seguinte:
O FMI está apenas e só preocupado em receber o dinheiro que emprestou mais os juros associados. E na prossecução desse fim, os meios nada importam.
Não quer saber se há 20% de pobres em Portugal, da qualidade do ensino, se os velhinhos lá da aldeia têm posto médico ou Junta de Freguesia, se os reformados que descontaram toda a vida continuam a pagar um imposto sobre o rendimento do trabalho...Eles preocupam-se com o dinheiro e apresentam medidas que tragam mais dinheiro num curto espaço de tempo.
Cabe ao Presidente da República, ao Parlamento e ao Governo preocuparem-se sim com os portugueses e o país.
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