Mal tive conhecimento da notícia que dava conta da detenção de Isaltino Morais vieram-me instantaneamente três pensamentos à cabeça.
1º, o já habitual "rouba mas faz" iria graciosamente voltar às bocas do povo, entupindo fóruns de debate e discussão públicos. Por razões óbvias, de educação e formação, nunca me poderei associar a esse tipo de argumento superficial e ligeiro que trata a conduta ético-moral do titular de cargo político como uma questão de somenos importância.
2º, o papel de vitimização tornava-se um caminho fácil e apetecivel que, dado a proximidade de eleições autárquicas, podia ser repescado pelos apoiantes do Dr. Isaltino Morais, para engendrar uma teoria da conspiração (a ver vamos).
3º, à política o que é da política, à justiça o que é da justiça. Qualquer cidadão ou organização de bem, num Estado de Direito, deve reconhecer o principio da separação de poderes e respeitar e confiar nas decisões soberanas dos Tribunais, acatando as consequências inerentes.
Quanto às reacções já conhecidas, o PSD Oeiras, emitindo um comunicado sustentado, manteve a meu ver uma postura institucional coerente, demarcando-se do ocorrido sem faltar às responsabilidades superiores que o liga aos municipes. Irá, perante esta situação excepcional, manter os Vereadores em exercicio, prescindindo no entanto dos pelouros até agora assumidos.
A mim pessoalmente é-me muito dificil entender uma legislação que permite que um Presidente de Câmara continue a exercer tarefas de gestão em situação de reclusão mas, face ao quadro existente, esta foi a postura apropriada, dando o PSD um claro sinal - e agindo em conformidade - de que não se encontram reunidas as condições necessárias ao regular funcionamento do Órgão executivo mas que em 1º lugar estão os Oeirenses.
A demagogia é tanta que até me causa aversão!
Títulos de noticias como "salário médio no Estado é de 1600 euros e no sector privado é de 800 euros" deviam envergonhar quem as escreve (e/ou quem as encomenda) e que por sua vez informam falaciosamente os portugueses menos atentos (para não dizer menos inteligentes ou até negligentes), e que depois alguns alegremente as repetem, orgulhosos de terem (pensam eles) em sua posse mais um argumento contra a parasita função pública. Para se ser rigoroso e verdadeiro, a média não é de todo o indicador apropriado para analisar e esmiuçar este assunto.
E já agora, caros órgãos de comunicação social, sejam sérios a fazer jornalismo e mencionem também que os trabalhadores das profissões menos qualificadas, no sector público, têm salários mais baixos, tal como os cargos mais elevados. Um estudo recente da Mercer revela que um director de topo do primeiro nível ganha em média 5030 euros mensais no Estado e 7330 euros no privado. Se for de segundo nível recebe 4550 euros no público e 5335 no privado. A direcção intermédia de primeiro nível também é mais mal paga no Estado, 3610 euros em média, contra 4200 nas empresas privadas.
Com certeza que se a generalidade dos cargos públicos são mais qualificados (juízes, professores, médicos, enfermeiros, magistrados, técnicos superiores...) a média de ordenados tem que ser superior em relação a um sector que inclui, centenas de milhares de pessoas com a 4ª classe e o 9º ano!
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